Empresas do Pará #010 - Expresso Beiradão

 

Por Equipe Parabuss
O principio da ligação Belém/Mosqueiro começou por volta dos Anos 60, quando um jovem chamado Sebastião Repolho achou que seria um bom negocio ligar a capital paraense a "bucólica", ele viu seu sonho começar a se realizar quando foi inaugurada a estrada que futuramente viria ser a PA-391, Sebastião juntamente com Manuel Amorim Vaz e Hernani Conceição fundaram a Expresso Beiradão em Junho de 1968.
Logo a empresa começou a investir em propagandas que difundiam seu serviço e seus ônibus, seus primeiros veículos foram da marca Ciferal com os modelos Líder e Intermunicipal, ao longo de sua história a Beiradão sempre trabalhou com motorização da Mercedes-Benz, com algumas escapadas para a Scania e Volvo.
A principio a pintura da Beiradão era azul com detalhes em vermelho e fundo branco, em 1974 chega três unidades do Ciferal Lider em chassi Mercedes-Benz LPO-1113, na epoca a travessia sobre o Furo das Marinhas era realizada através de uma balsa que fazia a ligação entre a Ilha e o Continente, a ponte que enfim possibilitou a ligação direta só foi inaugurada em 1976.
Para marcar essa nova fase da Belém/Mosqueiro, a Beiradão adquire pelo menos dois Nielson Diplomata 2.40 com chassi LPO-1113, a empresa foi escolhida para servir a Irmã Dulce (1914-1992) em sua visita pelo nosso estado, também nesse período a Beiradão renova sua identificação, passando a adotar o fundo bege em seus ônibus ainda preservando as cores azul e vermelho.
Em 1984 adquire um Marcopolo Viaggio G4 950 com chassi Volvo B58 e dois anos depois em 1986 compra um Comil Condonttiere 3.40 no chassi Scania S112CL, foi um tempo onde reinava a diversidade de carroceria e chassi na Beiradão.
Aproveitando a onda de excursões e fretamentos que começava a reinar a Beiradão cria em 1988 a sua subsidiária de turismo: a Beiratur e para dar inicio nas suas operações compra dois Viaggio G4 1100 com chassi B10M, a Beiratur foi pioneira na utilização do ar-condicionado sendo a primeira empresa do Pará a contar com o item em um ônibus.
Já em 1989 a Beiradão compra um lote de aproximadamente cinco Viaggio G4 800 - Mercedes-Benz OF-1115.
Em 1990 a Beiradão cria mais uma divisão, a Expresso Beira Alta, que tinha como foco operar dentro da Ilha de Mosqueiro que na década de 90 começou a apresentar uma forte expansão, sobretudo nos bairros do Paraíso, Marahú e Baía do Sol, a frota inicial da Beira Alta era composta de Caio Gabriela e Marcopolo Torino LN.
Para o ano de 1994 o Grupo Beiradão promoveu uma grande compra, a empresa principal recebeu três Viaggio GV1000 com chassi OF-1620, já na divisão de turismo houve a compra de dois Comil Galleggiante 3.80 - Scania K113TL e para a empresa urbana se fez a aquisição de dois Comil Svelto I - OF-1318.
Em 1996 mais uma grande compra, dessa vez focando na Beiradão e na Beira Alta, para a primeira foi adquirido dois Viaggio GV1000 e dois Busscar El Buss 340, para a segunda foi comprado Busscar Urbanus II e Ciferal GLS Bus, em ambas as empresas o chassi escolhido para equipar os ônibus foi o OF-1620.
Ainda seguindo as aquisições de OF-1620, em 1997 chega para a Beira Alta dois Comil Svelto III e no ano seguinte mais quatro unidades, sendo que os Svelto de 1998 já vieram montados no chassi OF-1721, o lançamento daquele ano, ainda em 1998 a Beiradão passa a comprar alguns veículos usados para a sua frota, como um Volare, um Paradiso GV1450 e um Galleggiante 3.60, esses carros não contavam com a pintura tradicional da empresa.
Os anos 2000 chegam e se mostram tempos difíceis para o Grupo Beiradão, ainda em 1999 o prefeito Edmilson Rodrigues determina a criação da linha 970-Mosqueiro/São Brás com uma tarifa muito abaixo do que a cobrada pela Beiradão, a principio as extintas JR Galvão (AX), Izabelense (BB) e Expresso Michele (BC) operavam a 970, todavia mais tarde a Beira Alta (AJ) teve que se juntar a pool de operadoras da linha urbana de Mosqueiro.
Em 2005 a Beiradão faz a sua ultima compra, naquele ano adquire cinco Marcopolo Senior V - Mercedes-Benz LO-915, os micros vieram com uma nova plotagem com uma tema mais praiano e com o pórtico da entrada de Mosqueiro estampado no vigia traseiro, entretanto essa compra não salvou a Beiradão da concorrência desleal do transporte clandestino, o primeiro impacto foi dentro da Ilha, onde as kombis levavam boa parte dos passageiros pagantes e deixavam apenas as gratuidades para os veículos da Beira Alta, já no campo rodoviário em 2009 a Beiradão viu sua primeira concorrente nascer, tratava-se da Coopetpan (CN) que vinha com seus micros amarelinhos e muito mais novos do que os já cansados ônibus da Beiradão, a divisão de turismo que um dia fora bem útil a empresa, já servia como apoio operacional da própria matriz, infelizmente em 2009 com a empresa atolada em dividas e com boa parte da frota em estado precário, Sebastião Repolho já em estado depressivo toma uma decisão final para seu sofrimento e de sua amada empresa e acaba por se suicidar dentro da sede da companhia que ficava na Travessa Vileta, pouco depois a empresa encerra para sempre as suas operações, os ônibus que ainda circulavam são vendidos para apaziguar as dividas monstras que a empresa acumulou, outros ônibus são canibalizados e deixados na garagem da Avenida 16 de Novembro, a linha Belém/Mosqueiro foi entregue a extinta Condor Transportes (CD) e a bucólica acabou por perder parte da sua identidade, ir para Mosqueiro era sinônimo de andar de Beiradão, atualmente o transporte publico da ilha deseja muito a desejar, tanto nas operações urbanas quanto nas operações rodoviárias.
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